domingo, 22 de abril de 2007

CREMOS QUE


a vida humana é múltipla em manifestações, mas uma só em essência e que somos um canal de manifestação da vida, e que lutar contra é uma forma de onipotência, é querer parar o fluxo harmônico da natureza.


Cremos que a família menos que um conjunto de obrigações, é um laboratório de treinamento na operacionalidade do amor, uma experiência comum das diferenças individuais, é na diferença que se situam o crescimento e o amor e que crescer é fazermos em níveis maiores a ligação entre os contrários!


Cremos que o tempo não existe, como força fora de nós, mas que o tempo somos nós mesmos em movimento, em transitoriedade... Que a segurança não existe a não ser como a aceitação da insegurança básica da pessoa humana. Que o amor, a bondade, a verdade e a ternura devem ser cultivados não por imposição moral, mas porque fazem parte das leis naturais do mundo.


Cremos que ser diferentes é ser livre, que o passado e o futuro são importantes como referência da nossa vida, e não como uma determinante dela, que existem o conhecido, o desconhecido e o incognoscível. Que o vazio faz parte do mundo e é onde recebemos o mundo, jamais teremos segurança total, inteligência total, presença total, saúde total, potência total.


Cremos que nossa força vem da consciência de nossa fraqueza, que nossa coragem vem da consciência de nosso medo, que enfrentar as coisas vem da consciência do nosso desejo de fugir, que nossa alegria vem da consciência da nossa depressão, e que nossa esperança vem da consciência de nosso desespero.


Que não estamos neste mundo para viver em função da nossa esposa, do nosso marido, dos nossos filhos... Só estamos neste mundo para vivermos com eles. Que o amor é quando somos bons e verdadeiros ao mesmo tempo.


Cremos que é sempre possível arranjar uma desculpa para nos divertirmos, para sermos felizes. Que amar é ser inocente, acreditar nas pessoas como uma criança acredita na outra, que inocência é ver uma gota de orvalho numa flor, ver o broto das árvores. É ver uma borboleta voar, é saudar o por do sol, é deixar cair uma lágrima, é sujar as mãos na terra, é rir dos nossos limites, é beijar o ar, é respirar uma música, é contar as estrelas, é desprevenir-se...




Antonio Roberto Soares
(Desenvolvimento comportamental Rosa Cruz)

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